03 setembro 2012

[Resenha] Cinquenta Tons de Cinza


"As palavras parecem um dispositivo incendiário. Meu sangue arde. Ele se abaixa e beija minha boca delicadamente"

Nome oficial: Fifty Shades of Grey
Editora: Intrínseca
Autor: Erika Leonard James
Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos...


Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo

Admito que comecei a ler o livro por causa do estardalhaço que tem causado. Sim, me julguem por querer ler a lista de mais vendidos da Veja... E, logo apareceu a oportunidade. Fui com sede ao pote e engasguei... Estou até sem jeito de fazer a resenha do livro de tão desgastante que foi. 

Não, não gostei. Julguem-me de novo. Mas submissão definitivamente não é minha praia.

                Ana leva uma vidinha pacata sem nunca ter namorado ou se apaixonado enquanto Mr. Grey é um jovem de 28 anos, muito rico, que tem um sucesso desmedido nos negócios. O livro conta a história de amor entre eles que, fora todas algumas peculiaridades, é bem clichê. 

De personalidade vazia e opiniões muito “senso comum” Anastasia não me cativou. Sou fã de personagens cheias de opinião e que me acrescentem idéias novas. Infelizmente, não foi o que aconteceu em relação à Ana. Christian, no entanto, é o típico cara arrogante com passado conturbado que deu muita sorte.

Tudo começa quando certo dia Ana vai entrevistar Grey pra uma matéria do jornal da faculdade e, desastrada como só ela, acaba chamando a atenção de Christian, que, não se apaixona, mas se sente atraído por Ana de uma forma diferente. É a tal da tensão sexual.

E o livro começa basicamente assim.
E continua assim.
E termina assim! 

Mas, claro, com um despejo de sadomasoquismo que deixa as coisas um pouquinho mais interessantes. Sim, foi um eufemismo. 

A autora descreve cada detalhezinho sórdido e todas as sensações Ana experimenta, o que algumas vezes é excitante, não vou negar. Dá muito bem pra ler só as partes eróticas e ignorar o resto... Li um trechinho de uma resenha por ai (não me lembro mais em qual site, sinto muito Sr./Sra. Autor [a]) que dizia: “Quem já leu minhas resenhas sabe que eu gosto muito de falar sobre a química do casal. Considero este um ponto crucial em um romance romântico. Christian e Ana têm química sim. Sexual. Eles fodem.” E, esse é um grande ponto positivo já que falamos de BDMS.

 Mas depois enjoa... Bom, eu enjôo... É repetitivo. Parece algo extremamente mecânico e idealizado. Porém, como todo conhecimento é válido, terei que consentir que saber um pouquinho mais de sadomasô foi interessante.

Voltando às personagens: Christian tem uma mania de super proteção e controle exarcebadamente irritante, outra de querer dar presentes caros a qual Ana vai resistir e ainda uma terceira mania insuportável de se chatear com perguntas e toques, tipo Edward Cullen, sabe? A diferença é que ele tem um contrato que lhe permite fazer isso. A Srta Steel, aaah... Ana é sonsa, desastrada, fica toda boba com o olhar de Gray, morrendo de vontade de saber mais sobre o passado do homem, mas morre de medo de embarcar nesse romance com tantas excentricidades, tipo Bella Swan, sabe? A diferença é que ela é bem mais assanhada (estranho escrever essa palavra... hm).

Detesto comparações, mas, a história se assemelhava tanto com Crepúsculo que não dava pra ignorar. Algumas cenas pareciam ter sido parafraseadas! Sei que isso não é motivo pra descriminar o livro, mas me causou certa repugnância. Passava cada capítulo esperando que Grey virasse e dissesse: “oi, meu nome é Edward Cullen, eu sou vampiro sadô, tenho muita vontade de te machucar, mas não vou fazê-lo porque você mexe comigo.” Inconformada com isto fui pesquisar e descobri que o livro era, originalmente, uma fanfic! 

Sim! Uma fanfic como qualquer outra que escrevemos por ai. A diferença é que a autora se sobressaiu, fez sucesso na rede e foi disputada por várias editoras. Ela mudou um pouco o enredo e as personagens pra adaptá-las à série, daí um possível motivo para os personagens não muito desenvolvidos (supõe-se que, em uma fanfic, já se conheça a mente e personalidade delas).

Chegamos à autora e, quanto à forma que E. L. James escreve, sinceramente não é a minha preferida. Que coisa não?! Falando sério, não é estimulante. A repetição é característica da narrativa. O tempo inteiro uma idéia é retomada, assim como os sentimentos de Ana por Christian. Aquela noção de “eu sou apaixonada e ele não quer nada comigo” fica à espreita de cada linha do livro. Houve um momento em que as páginas passavam no modo automático, sabe? Aquele em que você nem precisa ler, rolar os olhos já te dá noção do que aconteceu.

 Outro ponto negativo são as palavras de baixo calão. Entendo toda essa coisa de sexo sujo precisa de palavras fortes, mas o “puta merda” que Anastasia diz em quase todas as páginas cansa... Parece que ela está sempre impressionada!

O final do livro foi o que mais me surpreendeu. Não darei spoilers, mas achava que fosse terminar diferente... Não que isso seja uma coisa ruim. Enfim, como toda série, Cinquenta Tons de Cinza deixa aquele final vago pra te estimular a ler o próximo. Aposto que lerei Cinquenta Tons Mais Escuro, mas pelo simples fato de poder dar minha opinião. Ainda tenho esperança que a sequência me agrade. E, vocês sabem, esperança de leitor é definitivamente a última que morre.

Aconselho quem gosta de romances a ler, pode ser mais uma história pra ficar aguardando ansiosamente. Já aqueles que não têm muita paciência pra vai/não vai, como eu, avaliem bem se vão mesmo gastar tempo e dinheiro com o livro.

Só uma dica pequenininha pra vocês: literatura erótica pode ser uma experiência interessante e talvez valha a pena conhecer. Pensem nisso :D

Espero que tenham gostado. 
Beijos beijos e até um dia em breve.       

2 comentários:

  1. Ju, adorei a sua resenha! Admito que fiquei um pouco curiosa com o livro, mas devido a spoilers, e ao fato de eu odiar submissão e machismo, não perderei meu tempo com o mesmo, me aterei esse ano à lista dos vestibulares e a livros com temas que me cativem mais. De qualquer modo, parabéns pelo blog.
    ps: é a Camila, sua "genia"

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  2. O que deu tanta fama ao livro, foi o fato de se tratar de um tema superestimado, ou dois. A habilidade de envolver o leitor, foi encoberta pelo tema, que por si só ja envolveria o leitor. Tem bom olho, porque ela realmente não tem la muito talento.

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