"As palavras parecem um dispositivo incendiário. Meu sangue arde. Ele se abaixa e beija minha boca delicadamente"
Nome oficial: Fifty Shades of Grey
Editora: Intrínseca
Autor: Erika Leonard James
Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja - mas em seus próprios termos. Quando eles embarcam num apaixonado e sensual caso de amor, Ana não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também sobre os segredos obscuros que Grey tenta manter escondidos...
Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo
Admito que comecei a ler o livro
por causa do estardalhaço que tem causado. Sim, me julguem por querer ler a
lista de mais vendidos da Veja... E, logo apareceu a oportunidade. Fui com sede
ao pote e engasguei... Estou até sem jeito de fazer a resenha do livro de tão
desgastante que foi.
Não, não gostei. Julguem-me de novo. Mas submissão definitivamente não é minha praia.
Ana
leva uma vidinha pacata sem nunca ter namorado ou se apaixonado enquanto Mr. Grey é um
jovem de 28 anos, muito rico, que tem um sucesso desmedido nos negócios. O livro
conta a história de amor entre eles que, fora todas algumas peculiaridades, é
bem clichê.
De personalidade vazia e opiniões
muito “senso comum” Anastasia não me cativou. Sou fã de personagens cheias de
opinião e que me acrescentem idéias novas. Infelizmente, não foi o que
aconteceu em relação à Ana. Christian, no entanto, é o típico cara arrogante
com passado conturbado que deu muita sorte.
Tudo começa quando certo dia Ana
vai entrevistar Grey pra uma matéria do jornal da faculdade e, desastrada como
só ela, acaba chamando a atenção de Christian, que, não se apaixona, mas se
sente atraído por Ana de uma forma diferente. É a tal da tensão sexual.
E o livro começa basicamente
assim.
E continua assim.
E termina assim!
Mas, claro, com um despejo de
sadomasoquismo que deixa as coisas um pouquinho mais interessantes. Sim, foi um
eufemismo.
A autora descreve cada
detalhezinho sórdido e todas as sensações Ana experimenta, o que algumas vezes
é excitante, não vou negar. Dá muito bem pra ler só as partes eróticas e
ignorar o resto... Li um trechinho de uma resenha por ai (não me lembro mais em
qual site, sinto muito Sr./Sra. Autor [a]) que dizia: “Quem já leu minhas
resenhas sabe que eu gosto muito de falar sobre a química do casal. Considero
este um ponto crucial em um romance romântico. Christian e Ana têm química sim.
Sexual. Eles fodem.” E, esse é um grande ponto positivo já que falamos de BDMS.
Mas depois enjoa... Bom, eu enjôo... É
repetitivo. Parece algo extremamente mecânico e idealizado. Porém, como todo
conhecimento é válido, terei que consentir que saber um pouquinho mais de sadomasô
foi interessante.
Voltando às personagens:
Christian tem uma mania de super proteção e controle exarcebadamente irritante,
outra de querer dar presentes caros a qual Ana vai resistir e ainda uma
terceira mania insuportável de se chatear com perguntas e toques, tipo Edward
Cullen, sabe? A diferença é que ele tem um contrato que lhe permite fazer isso.
A Srta Steel, aaah... Ana é sonsa, desastrada, fica toda boba com o olhar de
Gray, morrendo de vontade de saber mais sobre o passado do homem, mas morre de
medo de embarcar nesse romance com tantas excentricidades, tipo Bella Swan,
sabe? A diferença é que ela é bem mais assanhada (estranho escrever essa palavra...
hm).
Detesto comparações, mas, a
história se assemelhava tanto com Crepúsculo que não dava pra ignorar. Algumas
cenas pareciam ter sido parafraseadas! Sei que isso não é motivo pra
descriminar o livro, mas me causou certa repugnância. Passava cada capítulo
esperando que Grey virasse e dissesse: “oi, meu nome é Edward Cullen, eu sou
vampiro sadô, tenho muita vontade de te machucar, mas não vou fazê-lo porque
você mexe comigo.” Inconformada com isto fui pesquisar e descobri que o livro
era, originalmente, uma fanfic!
Sim! Uma fanfic como qualquer
outra que escrevemos por ai. A diferença é que a autora se sobressaiu, fez
sucesso na rede e foi disputada por várias editoras. Ela mudou um pouco o
enredo e as personagens pra adaptá-las à série, daí um possível motivo para os
personagens não muito desenvolvidos (supõe-se que, em uma fanfic, já se conheça
a mente e personalidade delas).
Chegamos à autora e, quanto à
forma que E. L. James escreve, sinceramente não é a minha preferida. Que coisa
não?! Falando sério, não é estimulante. A repetição é característica da
narrativa. O tempo inteiro uma idéia é retomada, assim como os sentimentos de
Ana por Christian. Aquela noção de “eu sou apaixonada e ele não quer nada
comigo” fica à espreita de cada linha do livro. Houve um momento em que as
páginas passavam no modo automático, sabe? Aquele em que você nem precisa ler,
rolar os olhos já te dá noção do que aconteceu.
Outro ponto negativo são as palavras de baixo
calão. Entendo toda essa coisa de sexo sujo precisa de palavras fortes, mas o
“puta merda” que Anastasia diz em quase todas as páginas cansa... Parece que
ela está sempre impressionada!
O final do livro foi o que mais
me surpreendeu. Não darei spoilers, mas achava que fosse terminar diferente...
Não que isso seja uma coisa ruim. Enfim, como toda série, Cinquenta Tons de
Cinza deixa aquele final vago pra te estimular a ler o próximo. Aposto que
lerei Cinquenta Tons Mais Escuro, mas pelo simples fato de poder dar minha
opinião. Ainda tenho esperança que a sequência me agrade. E, vocês sabem,
esperança de leitor é definitivamente a última que morre.
Aconselho quem gosta de romances
a ler, pode ser mais uma história pra ficar aguardando ansiosamente. Já aqueles
que não têm muita paciência pra vai/não vai, como eu, avaliem bem se vão mesmo
gastar tempo e dinheiro com o livro.
Só uma dica pequenininha pra
vocês: literatura erótica pode ser uma experiência interessante e talvez valha
a pena conhecer. Pensem nisso :D
Espero que tenham gostado.
Beijos beijos e até um dia em breve.
Ju, adorei a sua resenha! Admito que fiquei um pouco curiosa com o livro, mas devido a spoilers, e ao fato de eu odiar submissão e machismo, não perderei meu tempo com o mesmo, me aterei esse ano à lista dos vestibulares e a livros com temas que me cativem mais. De qualquer modo, parabéns pelo blog.
ResponderExcluirps: é a Camila, sua "genia"
O que deu tanta fama ao livro, foi o fato de se tratar de um tema superestimado, ou dois. A habilidade de envolver o leitor, foi encoberta pelo tema, que por si só ja envolveria o leitor. Tem bom olho, porque ela realmente não tem la muito talento.
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