31 agosto 2012

[Resenha] O Nome do Vento



Há três coisas que todo homem sábio deve temer: o mar em uma tempestade, uma noite sem lua, e a ira de um homem gentil” 

Nome oficial: The Name of the Wind
Editora: Sextante/Arqueiro
Autor: Patrick Rothfuss
Sinopse:  Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O Nome do Vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano.

 Notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame, Kvothe.


          O amor inexorável, o desejo de vingança, o sofrimento da busca por um sonho, a felicidade da conquista, a angústia da dor, a necessidade de reconhecimento. Disso se trata a grande obra de Patrick Rothfuss, que não perde a graça e a compostura em nenhum momento de sua instigante narrativa.

          Tudo começa com a hospedaria e um silêncio em três partes. O Nome do Vento narra a vida de um jovem Edena Ruh, cabelos cor de fogo e filho de pais artistas que viu, ouviu e deixou seu nome como mito por todos Os Quatro Cantos.
 "Meu nome é Kvothe, com pronúncia semelhante à de ‘Kuouth’. Os nome são importantes, porque dizem muito sobre as pessoas. Já tive mais nomes do que que alguém tem o direito de possuir. (...) Comprei e paguei por eles. (...) Mas fui criado como Kvothe. Uma vez meu pai me disse que isso significava ‘saber’. Fui chamado de muitas outras coisas, é claro. Grosseiras, na maioria, embora pouquíssimas não tenham sido merecidas."

Kote conta sua historia a um cronista e, desse fato, surge o nome dado à série: "A Crônica do Matador do Rei: Primeiro/Segundo/Terceiro Dia". Durante três dias ele conta as aventuras de sua vida, que terão continuidade no resto dos livros da trilogia. A narrativa altera entre 1ª e 3ª pessoa, sendo as partes da vida de Kvothe narradas por ele e as cenas na hospedaria contadas por um narrador observador. Muito observador, diga-se de passagem.

A história da vida do menino ruivo começa com o encontro com seu primeiro mestre, um arcanista de nome Abenthy, que lhe incentivou a favor do arcanum e da Universidade. Kvothe se mostra um prodígio, dono de uma mente bastante perspicaz para a idade e bastante interessado na arte de nomear. Porém há uma reviravolta em toda história e, na do jovem Ruh é quando toda sua família é assassinada por um grupo de demônios, o Chandriano. 
             
            Dai em diante Kvothe se vê sozinho no mundo em busca de um sonho e de vingança por seus pais. E o caminho que ele percorre para alcançar seu objetivo não e fácil. Ele passa fome, tem de morar no telhado das casas de uma grande e imunda cidade, aprende a roubar, é perseguido por toda sorte de gente e descobre na música uma de suas grandes paixões. Mas nem isso é capaz de detê-lo em seu propósito: chegar à Universidade.

          E, se o desafio era chegar à Universidade, se manter nela se mostra um desafio ainda maior. A falta de dinheiro o assombra, mas Kvothe irá se deparar com novas possibilidades de ganhar a vida, fará amigos e grandes inimigos, mostrará seu lado mais inteligente, arrogante e orgulhoso, aprenderá o que fazer e tentará aceitar o que não fazer. Isto tudo sem se esquecer à quê veio: aprender o nome do vento e descobrir mais sobre o Chandriano para se vingar. 

          E, no meio de sua jornada, ele conhece Denna. Sua amante de nome e paradeiro misteriosos, que o levará à loucura com seus joguinhos amorosos. Umas das coisas que mais gostei no livro foi a forma como Kvothe trata Denna. Mas, apesar de toda a graciosidade, o romance entre eles as vezes cansa as pessoas impacientes que gostam de ver as coisas se desenrolarem, como eu. O vai/não vai dura o livro inteiro já que ambos são personagens de grande personalidade (outra coisa que me encanta...).

“Mas a Dianne… A Dianne é como uma cascata de fagulhas brotando de um pedaço pontiagudo de ferro segurado por Deus junto à pedra de amolar. Não se pode deixar de olhar, não se consegue deixar de querê-la. Você pode até colocar a mão nela por um segundo. Mas não consegue retê-la. Ela destroça seu coração…”
           
         O começo do livro mascara o conteúdo que se segue. A maioria das pessoas desiste de ler nos primeiros capítulos, que são confusos, difíceis e pouco esclarecedores. Na verdade, a narrativa toda é pouco esclarecedora. Cheia de nós que se amarram em doses pequenas no decorrer do romance, como um acelerador para leitores vorazes. Nos momentos mais intrigantes e emocionantes, o autor finaliza o capítulo e inicia outro, já na hospedaria, criando um enigma que segue por mais algumas páginas, forçando-nos a ler sempre "só mais um pouquinho". Entretanto, a dádiva é também maldição. O livro termina sem esclarecer muita coisa, forçando o leitor a ler o próximo livro (o quanto antes!).

          Apesar disso tenho que reconhecer a narrativa de Patrick como épica e totalmente comparável à de grandes nomes como Tolkien e Lewis, afinal, a obra é o tipo de história que fará com que você queira aprofundar ainda mais no universo construído pelo autor. Além disso, o livro tem um mapa! Livros com mapa merecem ainda mais respeito! Afinal, um mundo inteiro foi criado para ambientar a aventura e, só quem já escreveu ou pelo menos tentou escrever um livro sabe como é difícil criar e sustentar um mundo fantasioso. 

         Mais um motivo pra dizer que Patrick Rotfhuss é o cara!

          ‘Os Quatro Cantos da Civilização’ (universo em que o livro se passa) são perfeitamente construídos, desde pequenas cidades até imensas florestas e reinos. Mas o destaque vai para os dias da onzena (que equivalem à nossa semana), os meses do ano e o sistema monetário utilizado na trama. O autor também cria monstros, seres mágicos e lendas para integrar o universo kvothiano. A descrição das habilidades mágicas aprendidas pelo jovem de cabelos ruivos no decorrer da narrativa é tão minunciosa que nos faz tentar pratica-las (confesso que já tentei dividir meu alar em algumas partes, sem sucesso, infelizmente).
 
 O Nome do Vento é o tipo de livro que te faz sentir inteiramente dentro da história e ter vontade de reler o romance todos os dias. É daqueles que te deixam de ressaca literária, sabe? Exceto pela continuação, que passa a ser necessidade básica para a vida que, na minha opinião, deveria ser assegurada por uma lei maior entre o leitor e o dinheiro...

Se você ainda não leu, tá esperando o quê? Corra para livraria mais próxima ou não demore e acesse logo a submarino! Aproveita que ele tem vivido em promoção por lá...

Espero que tenham gostado. Essa resenha foi escrita com a ajuda de um grande amigo, então, créditos e meus sinceros agradecimentos ao Lucas! (Esse é o momento em que vocês batem palmas)

6 comentários:

  1. mto foda! ate eu fiquei com vontade de ler porem... kkkk

    ResponderExcluir
  2. Realmente, parece que afinal eu vou gostar mesmo do livro quando ler!
    E ju, nao chama o Lucas S. de Mickey, ou ele não faz mais resenhas com vc :P

    Uma sugestão: releia Rangers 1 e faça uma resenha! Por favor, por mim *-* Fora que pode levar mais leitores a conhecerem uma das minhas séries favoritas! Yay!

    ResponderExcluir
  3. Oi Juli, tudo bom?
    Eu estou lendo O Nome do Vento e estou apaixonada! Concordo com você, a cada final de capítulo ele sempre faz a gente querer ler "só mais um" HAHAHA. Mas eu não achei a história confusa no começo e nem me fez querer desistir, pelo contrário. É tão intrigante que me fez ficar com mais vontade ainda de ler.

    Adorei sua resenha!
    Beijos!

    Ps: Se eu fosse você tirava essa caixa de captcha. Ela não segura os spams e espanta os comentaristas ;)

    ResponderExcluir
  4. Oi Mari, tudo bem sim.
    O livro é realmente apaixonante. Inclusive posso afirmar que é um dos meus favoritos!

    Infelizmente, não sei tirar o captcha :\ não sei se o problema está no template ou entre o computador e a cadeira... Acho que a segunda opção é mais provável.

    Mesmo assim, obrigada pela visita.
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Juli, é simples. Vá em 'configurações', 'postagens e comentários' e seleciona "não" em 'mostrar verificação de palavras'. Assim vc retira o captcha (:

    Espero ter te ajudado.

    Beijos!

    ResponderExcluir
  6. Ajudou e muito! Já mudei *-* muito obrigada pela dica!

    ResponderExcluir

Hey, bem vindo (a)! Obrigada por passar por aqui. Fique a vontade para deixar sua opinião, a caixa de comentários é logo ai embaixo e ela não morde... Eu acho...