09 setembro 2012

[Resenha] Antes de Morrer



 "Mas o intervalo de esquecimento faz meu coração bater depressa como o de um coelho, porque de fato, por um minuto, esqueci quem eu era. Tornei-me ninguém, e sei que isso vai acontecer de novo."

Nome oficial: Before I Die

Autora: Jenny Downhain
Editora: Agir
Sinopse: Tessa é uma menina de 16 anos que tem uma doença incurável. Diante de seu imutável destino, ela organiza uma lista com o que gostaria de fazer antes de sua morte e parte em busca de realizá-la: se apaixonar, ter a primeira relação sexual, dirigir escondida, roubar coisas numa loja... viver o tempo que resta. Um tema doloroso, passado com leveza e doçura, em um texto verdadeiro e tocante, sem ser piegas.

Jovem, inconsequente, irritável, frágil, viva 

Você já parou pra refletir a respeito da vida? 
É uma coisinha tão insignificante... Uma hora estamos bem e no próximo segundo podemos não estar mais por aqui. Será que por isto não deveríamos estar mais preocupados em ver, ouvir, sentir o mundo ao invés de desprezar a centena de coisas que passam por nós todos os dias?

 É disso que o livro se trata, das pequenas coisas e do quão significantes elas podem ser.

Bom, pelo título e pela sinopse já dá pra imaginar que o livro promete lágrimas. Mesmo assim resolvi ler e, derramei montões delas, principalmente no final da história. Assim como em Cinquenta Tons de Cinza estou sem jeito para começar a resenha, só que dessa vez é porque o livro mexeu comigo.
No início cheguei a pensar que o livro não fosse me agradar. Por ser narrado em primeira pessoa ou você gosta ou detesta o narrador. E Tessa não me agradou nas primeiras páginas. Muito imatura, irresponsável, inconseqüente. Mas daí me lembrei que ela é uma adolescente! Tem todo o direito de ter raiva. 
A maioria dos livros protagonizados por jovens com doenças terminais trata deles como se fossem mais crescidos e maduros com a idéia do que está por vir. Mas nesse não. Tessa é uma adolescente imediatista, cheia de sonhos, irritável, arrogante e tão apegada ao mundo como qualquer um de nós. E ela quer viver! Quer muito... Tanto que faz uma lista com desejos pra realizar antes de morrer.
E, no decorrer do livro, ela vai cumprindo os itens apesar de seu corpo fraco, sensível e debilitado. Dirigir um carro, ter a primeira relação sexual, usar drogas, desrespeitar a lei, dizer sim para tudo por um dia são alguns exemplos. O que ela não sabe é que suas ações têm peso e magoam aqueles que a amam. Apesar disso, é impossível não sorrir com as besteiras que ela faz.
Pra ajudá-la a completar a lista ela conta com Zoey, sua melhor amiga, que num momento de descuido acaba comprometendo sua juventude com uma gravidez. 
Sinceramente, também não gostei dela. O tipo de amiga que animava, mas ta colocava pra baixo com comentários desnecessários, muitas vezes relacionados à condição de Tess. Mas, quem sou eu para julgá-la? Ela era a única que não tinha pena de Tessa, a única que não ficava tratando-a com condolência. Era quem entendia que ela continuava sendo gente apesar da doença e fazia questão de tentar mostrar que o mundo não girava ao seu redor. Com o desenrolar da trama ela melhora um pouco, mas terminei o livro sem sentir afinidade por Zoey.

Pra não parecer muito exigente, Cal, Adam e o pai de Tess me cativaram facilmente. São personagens fáceis de amar. Cal é irmão de Tess e tenta de toda forma resistir à possível perda da irmã. As brincadeiras e os diálogos entre eles são inteligentes e as conversas mostram que ambos se entendem. Os truques de mágica me conquistaram totalmente, assim como as vezes que ele chorou, que me fizeram chorar junto. Só a idéia de perder um irmão já dói, imagina a certeza!
Cal diz que os seres humanos são feitos das cinzas do núcleo de estrelas mortas. Segundo ele, quando eu morrer, tornarei a virar pó, luz cintilante, chuva. Se for verdade, quero ser enterrada bem aqui, debaixo desta árvore. Suas raízes vão penetrar a matéria macia do meu corpo até eu ficar totalmente seca. Renascerei como broto de maçã.
O valor da família fica bem evidente no decorrer das páginas e é uma das coisas que, mas me fez gostar da história. A forma como Jenny trata a relação pai-filha é linda. Eles se completam. Ele a entende e faz de tudo por mais uns dias com a filha, mas mesmo assim respeita sua vontade. Ele a ama tanto que faz o óbvio parecer extraordinário.
Adam é vizinho de Tess e não tem nada de deus grego. Mas é tão fofo que é impossível imaginá-lo feio e não se apaixonar por ele ao mesmo tempo em que Tess. A relação deles é tão sensível, quase dá pra sentir o calor. Adam leva Tess pra andar de moto, dá chá de cogumelo pra ela e nesse momento você pensa o que existe de bonito nisso?! Bom, é que desse jeito eles se conhecem. Ele é um fofo e continua ao lado dela apoiando-a até o fim, independente de tudo. É um amor sublime sem ser piegas e isso é algo que eu valorizo num romance.
Enfim, o jeito que Jenny escreve te mantém dentro do que está acontecendo. Principalmente no final da história. Você sente a vida correndo, sendo intensa, se esvaindo... Chega um momento que é difícil distinguir se a dor no seu coração são sentimentos seus ou do livro. Acho que, no final, é tudo a mesma coisa.
O livro me deu muito que pensar e aposto que te dará também. Se você está sensível no momento tem duas opções: ler sabendo que vai chorar ou deixar pra depois sem tirar da wishlist. Agora, se você não gosta de livros tristes, aprecie um pouco a fragilidade da vida e leia esse.

Espero que tenham gostado.

Se você tiver paciência pra ler no computador, faça o download AQUI
Beijinhos

2 comentários:

  1. gostei de sua resenha. tenho acompanhado o blog e vc esta melhorando a cada post. PArabens.
    ps.: senti falta do twitter do blog, follow me @quem_merece

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  2. Respondendo sua pergunta lá no blog: o ícone do facebook fica maior pois o tamanho original dele é maior mesmo, mas é só ajustar a altura e a largura.
    xoxo

    Quinze Desejos

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