01 março 2013

algodão doce

Boa noite leitores que provavelmente não existem mais..!

Tudo bem? O dia está claro ou nublado por ai? Porque infelizmente aqui nessa cidadezinha tá difícil saber o que anda mais desbotado... Entretanto isso não é motivo para tristeza, não é mesmo?! Afinal, como prometido, aqui estou eu! Sim! De volta outra vez!
E para começar, na tentativa de melhorar o astral de qualquer um, eis que trago para compartilhar com a vossa senhoria um texto alheio às minhas mãos! Dessa vez a vítima é um dos meus autores independentes favoritos. Confesso que temos uma relação platônica muito intensa, li o blog dele inteirinho em alguns dias e fiz questão de procurar facebook, twitter, flickr e et ceteras sociais. Claro que apaixonei... Ficou curioso(a)? Então leia o texto que eu conto mais lá no final.


ALGODÃO DOCE
por Bruno Palma e Silva

Território perigoso é o da, digamos..., massa corpórea feminina. Duvido que haja um homem na face da Terra - tirando-se cabeleireiros, maquiadores e estilistas— que saiba como lidar com um assunto tão delicado.

     É um belo dia de verão e vocês decidem passear no parque. Sol, céu azul, cachorros e crianças de bicicleta. Tudo corre muito bem até que você, na maior ingenuidade, só querendo ser gentil, oferece um algodão doce, ou uma maçã do amor, ou uma Coca, sei lá. Ficamos com o algodão doce, para o exemplo ficar bem dramático. Ela vai sair com algo do tipo:

     — Comecei regime ontem.

     E, pronto, acabou tudo. Você, meu amigo, acaba de armar para si mesmo uma cilada. Das grandes. Das grandes mesmo.

O sol se enfia atrás de alguma nuvem preta, o céu acinzenta, o cachorro engasga com a bolinha e a criançada cai das bicicletas. Neste momento você desejará que tivesse nascido surdo. Mas não, você não nasceu surdo: ouviu muito bem e ela te olha, esperando um comentário. Você constrói um diálogo imaginário em sua cabeça. Opção 1:

     — Ah, é? Que legal!
     — Que legal? Que legal? Quer dizer que todo esse tempo você me achava gorda e não dizia nada? Eu sabia: você não me ama do jeito que eu sou. Você tem vergonha de mim! Até regime eu tenho que fazer para ver se você me aceita, seu cachorro!

     Não, melhor não responder assim. Ela estranha seu silêncio, logo você que estava tão falante até cinco segundo atrás. Enquanto o vendedor pergunta se você vai querer mesmo o algodão doce, você constrói um outro diálogo. Segunda opção:

     — Regime pra quê? Você está ótima!

     — Ótima? Eu estou gorda! G-o-r-d-a! Mas pelo visto você quer que continue assim. Sim, porque você se acha o meninão bonitão saradão e eu sou a gorda baranga mocréia. "Olha como ele é bonzinho, levando a gorda para passear..." Você só pensa em você, seu cachorro!

     Antes que ela comece a chorar no seu diálogo imaginário, você parte rápido para outra alternativa. O vendedor está esperando e ela começa a pensar que você talvez seja autista, logo você que estava tão falante dez segundos atrás. Resposta número três:

     — Ah, mas vamos comer um algodão doce, benzinho. Só hoje...
   — Ah, é? Só hoje? E você sabe quantas calorias tem num algodãozinho desses? Sabe? É uma máquina de fazer gordas! Mas você não se preocupa comigo mesmo. Porque eu estou gorda e você nem se incomoda. Mas se a vizinha engordar 50 gramas, você repara. Ah, se repara! Seu cachorro!

     O vendedor já está impaciente. Ela pensa em chamar a APAE, que você deve ser autista mesmo. Já se passaram quinze segundos: é agora ou nunca. Melhor que fosse nunca, mas tem que ser agora. Dezesseis segundos. Só há uma saída: a pela tangente.

     Você aponta para cima e sai correndo, a toda velocidade, atrás do elefante rosa que está caindo do céu lá na outra esquina. Quer dizer, elefante não, que ela vai levar para o lado pessoal: você corre atrás do bando de rinocerontes de pijama de bolinha lá na outra esquina.

     É que, já que você não nasceu surdo, é melhor passar por bobo, que o estrago é menor.

***
E então? Gostaram? Eu fiquei super em dúvida de qual texto escolheria, gosto mesmo de todos!



Esse da foto ao lado é o Bruno Palma e Silva. Viu que cara de gente simpática?! Deve ser porque ele é designer gráfico, é de curitiba e logo logo será papai. Pessoas assim têm cara de ser gente boa...

 Voltando ao assunto, se você se encanta com as pequenas coisas vai se identificar bastante com os textos, contos e crônicas do Bruno Palma. Eu escolhi esse porque é mais descontraído e bem divertido, mas se querem um conselho, dissequem o Acepipes Escritos (que por sinal é o blog dele) e leiam todos!

Mas, se por acaso você for uma pessoa forte e conseguir não ler todos leia pelo menos os pequenos capítulos do Zwkrshjistão. Aliás, são tão bons que, pra ter uma noção, foram indicados pela UnB como texto para leitura de apoio na 3ª etapa do PAS (foi como fiquei conhecendo o trabalho dele...).

Agora que te fiz ter vontade de conhecer o resto do trabalho dele que tal dar uma olhada nas etcsociais? Aqui está o twitter dele, aqui o facebook e aqui a galeria do flickr. Eu tinha um link pro portifólio, mas perdi em algum lugar do histórico... Fica pra próxima.

Fico por aqui hoje lindos e lindas.

Beijos e Olwlhchkrasjia sz'ozsye!
(não entendeu? faça uma visitinha ao Zwkrshjistão ;D)

4 comentários:

  1. Haa que legal! Eu não tinha fuçado a mais no blog dele depois do Zwkrshjistão, (que, a proposito, adorei, como voce bem sabe) Gostei muito, e espero mais dele aqui no blog, pq acho q combinou :P

    Beijos, Lucas

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  2. hey, seus leitores nao sumiram nao! so os posts q sim kkkk

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  3. haha, eles sumiram porque eu sumi Lucas M ;D e parece que meu ajudante/colunista/colaborador também andou fugido esses dias... haha

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  4. as ideias andaram pulando de canto a canto. mas nunca pro papel...

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